Um possível comprador
que sonha em financiar o pagamento da casa própria e não possui relacionamento
com a Caixa encontra, desde a semana passada, uma taxa 1,32 ponto percentual
maior para imóveis de R$ 750 mil. Um cálculo da Associação Nacional dos
Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade aponta que, após o
ajuste, um imóvel de R$ 500 mil terá custado R$ 69.492 a mais após 30 anos.
Isso mostra que qualquer pequena alteração de juros afeta diretamente no bolso
do consumidor.
Para especialistas
ouvidos pela Folha de S. Paulo, o impacto pode ser ainda maior no início do
financiamento. Cerca de 90% dos contratos são fechados pela tabela Sistema de
Amortização Constante, pela qual o valor das prestações cai ao longo do tempo e
os juros incidem sobre o valor devido. Com isso, as primeiras parcelas podem
ficar mais caras.
No caso do imóvel de R$
500 mil, as dez primeiras parcelas passam de R$ 3.133 para R$ 3.638, ou seja, o
tomador necessita de ainda mais dinheiro no início do financiamento.
Ainda de acordo com
especialistas ouvidos pela publicação, para evitar juros tão elevados, a
solução é dar uma entrada maior. A dica é usar o 13º salário, pesquisar e
negociar com outros bancos.
Uma outra ação da Caixa,
no entanto, é considerada positiva pelo mercado imobiliário: a elevação do
valor máximo que pode ser financiado: passou de 50% para 70%. Segundo
especialistas, essa medida tem impacto mais relevante que a alta dos juros.
Veja, abaixo, dicas para
fazer um bom financiamento imobiliário, segundo a Folha de S. Paulo:
1. ENTRADA MAIOR -
Guarde dinheiro para dar uma entrada maior na compra da casa própria. A equação
é simples: quanto menor o montante financiado, menor será o encargo com juros
2. ANTECIPE PRESTAÇÕES -
Utilize o 13º salário, saldo do FGTS e outras fontes de renda extras para
antecipar o pagamento de parcelas do financiamento. Assim, você irá abater o
montante devido, sobre o qual incidem os juros
3. PESQUISE - Apesar de
a Caixa dominar o mercado, os demais bancos também oferecem financiamento
imobiliário. Se você já tem relacionamento com outra instituição, seu poder de
barganha será maior lá, com chances de taxas de juros mais atrativas
4. LINHAS MAIS BARATAS -
Considere outras alternativas de financiamento, como a que utiliza os recursos
do FGTS e tem taxas de juros mais baratas