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| Foto Reprodução |
Em 12 meses, setor acumula baixa de 2,7%, a
maior desde janeiro de 2004. Em outubro, contribuíram as vendas do setor de hipermercados.
As vendas do varejo brasileiro subiram,
interrompendo oito meses de quedas seguidas. Em outubro, na comparação com
setembro, a alta foi de 0,6%, segundo informou o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (16).
Segundo Isabella Nunes, gerente de Comércio e
Serviços no IBGE, o resultado positivo do mês de outubro “não repõe a perda” de
oito meses seguidos de queda.
VENDAS NO
VAREJO
no mês,
em %
2,1-30,1-0,7-1,1-0,5-1-0,5-1,5-0,8-0,30,6Nov/14Dez/14Jan/15Fev/15Mar/15Abr/15Mai/15Jun/15Jul/15Ago/15Set/15Out/15-4-3-2-10123
Fonte:
IBGE
Na comparação com outubro do ano passado, o
comércio registrou a maior queda da série, que teve início em 2001, para o mês
de outubro. De lá até 2015, o setor só havia caído em 2003, quando a baixa foi
de 2,9%. No ano, o setor acumula recuo de 3,6% e, em 12 meses, de 2,7%, a maior
retração desde janeiro de 2004.
De setembro para outubro, o que contribuiu foram as
vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo,
que cresceram 2%. Também contribuíram os setores de tecidos, vestuário e
calçados (1,9%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e
cosméticos (1,5%).
A justificativa do resultado positivo de super e
hipermercado, que impactou o varejo no mês é a "essencialidade".
"No momento em que a renda começou a cair, o mercado foi acompanhando.
Começa [em outubro] o final de ano, as encomendas de final de ano. Final de ano
é um segmento que tem um movimento. E parece que ele [o setor de alimentos]
está se recuperando mais cedo do que outros, o que é natural, porque ele é
essencial”, explicou Isabella Nunes.
Segundo a gerente, as pessoas também podem estar
migrando seus gastos em outros artigos de uso pessoal e doméstico, que caíram
0,6% – lojas de departamentos, cama, mesa e banho, entre outros – para o
consumo no setor de alimentos.
Já na comparação com outubro do ano passado, o
varejo recuou 5,6%, puxado pelas vendas de móveis e eletrodomésticos, que
recuaram 16,1%, seguidas por combustíveis e lubrificantes (-11,4%) e outros
artigos de uso pessoal e doméstico (-9%).
"Com uma dinâmica de vendas associada à
disponibilidade de crédito, esses resultados [de móveis e eletrodomésticos]
abaixo da média foram influenciados pela elevação da variação da taxa de juros
entre outubro de 2015 e outubro de 2014", diz o IBGE, em nota.
Desempenho das regiões
De setembro para outubro de 2015, as vendas no varejo cresceram em 21 das 27 Unidades da Federação. As maiores altas partiram do Ceará (3,5%) e do Rio Grande do Norte (2,1%). Os estados que tiveram as maiores quedas foram Tocantins e Espírito Santo (ambos com queda de 0,8%).
De setembro para outubro de 2015, as vendas no varejo cresceram em 21 das 27 Unidades da Federação. As maiores altas partiram do Ceará (3,5%) e do Rio Grande do Norte (2,1%). Os estados que tiveram as maiores quedas foram Tocantins e Espírito Santo (ambos com queda de 0,8%).
Na comparação com outubro de 2014, as taxas
negativas foram vistas em todos os locais. O comércio do Amapá recuou
20,9% e o da Paraíba, de 17,9%.
Anay Cury e Cristiane Caoli Do G1, em São Paulo e no Rio
